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Aves Aquáticas com Gripe Aviária São Encontradas no Parque Ibirapuera
Duas aves aquáticas recolhidas no Parque Ibirapuera, em São Paulo, foram diagnosticadas com o vírus da gripe aviária de alta patogenicidade — uma variante conhecida por causar alta taxa de mortalidade entre as aves. A confirmação veio após análises realizadas por dois laboratórios especializados. Embora rara, a transmissão para humanos pode ocorrer, motivo pelo qual especialistas recomendam evitar o contato com aves mortas ou debilitadas. Os animais infectados são dois irerês (Dendrocygna viduata) e um socó (Butorides striata), espécies que não são residentes permanentes do parque. Eles foram recolhidos pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, que também coletou amostras biológicas encaminhadas ao Laboratório de Pesquisa em Vírus Emergentes do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (LPVE/ICB-USP). Os testes confirmaram, no dia 30 de junho, que duas das três aves estavam infectadas. A terceira ainda está sob investigação. A confirmação final foi feita pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) e divulgada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Risco para Humanos é Baixo, Mas Cuidados São Necessários. Apesar de a gripe aviária raramente afetar humanos, os casos registrados no mundo podem ser graves. No Brasil, até o momento, não há evidência de transmissão direta da doença para pessoas. Em nota oficial, a Defesa Agropecuária reforçou que, por se tratar de um foco isolado em aves silvestres, não há impacto nas exportações de carne e ovos, nem mudanças no status sanitário de São Paulo ou do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Como medida preventiva, as autoridades ampliaram as ações de orientação e vigilância no Parque Ibirapuera. Visitantes estão sendo alertados a não se aproximarem da fauna silvestre e a notificarem a Defesa Agropecuária ao encontrarem animais mortos ou com sinais de doença. A Prefeitura de São Paulo e a administração do parque informaram que equipes de monitoramento intensificarão as rondas no local, tanto para proteger a fauna quanto para informar o público. O professor Jansen de Araujo, coordenador do LPVE, explicou que o laboratório já realiza há anos o monitoramento de vírus em aves silvestres no Brasil. “Assim que recebemos as amostras, priorizamos os testes moleculares por se tratar de uma suspeita de influenza aviária. Os primeiros exames por PCR em tempo real confirmaram a presença do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. A partir daí, iniciamos a confirmação por meio de sequenciamento genético”, afirmou ao Jornal da USP.
Alerta e Monitoramento Contínuos, a gripe aviária é uma zoonose com grande impacto econômico e risco potencial à saúde pública, especialmente para a indústria avícola. A detecção do vírus em um dos parques urbanos mais visitados do país é motivo de atenção. Segundo o virologista Luciano Thomazelli, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, “os estudos genômicos estão em andamento, mas análises parciais já indicam uma linhagem diferente da encontrada anteriormente no litoral brasileiro”. Formas de Transmissão. A infecção entre aves ocorre por meio do contato com secreções, fezes, água ou alimentos contaminados. A transmissão para humanos é incomum e, quando ocorre, envolve contato muito próximo com animais infectados — geralmente trabalhadores que lidam diretamente com a criação de aves. Os especialistas reforçam que não há motivo para pânico, mas sim para cautela. “Evitem tocar em aves silvestres debilitadas e mantenham distância de qualquer animal morto”, alerta Araujo. A recomendação é comunicar imediatamente a administração do local caso algum animal seja encontrado nessas condições.
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