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"Operação internacional liderada por Áustria e Romênia combate tráfico de pessoas com participação ativa do Brasil"
A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) anunciou nesta sexta-feira (11) o cumprimento de mandados de prisão em diversos países, como parte de uma operação global contra o tráfico de pessoas. A ação, coordenada por forças de segurança da Áustria e da Romênia, mobilizou agentes de mais de 40 países e ocorreu entre os dias 1º e 6 de junho. A Polícia Federal do Brasil foi uma das participantes da ofensiva internacional. Segundo a Interpol, a operação concentrou-se em combater crimes relacionados à exploração sexual, ao trabalho forçado e à mendicância forçada. Ao todo, foram identificadas 1.194 vítimas de 64 países — com destaque para Romênia, Ucrânia, Colômbia e China. A ação foi conduzida em cooperação com a Europol e a Frontex, agências de segurança da União Europeia.
“Foram mobilizados quase 15 mil agentes de 43 países”, informou a Interpol, sediada em Lyon, na França. Durante a operação, 158 suspeitos foram presos e outros 205 identificados por envolvimento em redes de tráfico humano. A maioria das vítimas adultas estava sujeita à exploração sexual. Já entre menores de idade, os principais crimes foram mendicância forçada e atividades criminosas como furtos, segundo o comunicado. Na Áustria, sete pessoas foram presas por tráfico de seres humanos — seis romenos e um cidadão húngaro. Já na Romênia, nove indivíduos foram detidos por traficar oito crianças entre 7 e 15 anos, obrigadas a pedir esmolas nas ruas. Além disso, 11 testemunhas foram intimadas. “O combate ao tráfico de pessoas só é possível com ação conjunta. A cooperação entre forças policiais e de fronteira é fundamental para proteger os mais vulneráveis. Agradecemos aos países que se uniram à Europol nesta missão de justiça e proteção”, destacou Jean-Philippe Lecouffe, diretor da Europol. Atuação brasileira: rota para exploração sexual em Mianmar. A Polícia Federal do Brasil identificou e desmantelou uma rede de tráfico humano que recrutava vítimas com falsas promessas de emprego. O destino final era Mianmar, no sudeste asiático, onde as vítimas brasileiras eram exploradas sexualmente.
Durante a operação, dois cidadãos chineses foram presos preventivamente no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, ao desembarcarem vindos do Camboja. Em outro desdobramento, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de uma brasileira também envolvida no esquema. Os acusados poderão responder por tráfico internacional de pessoas e formação de organização criminosa. Casos em outros países Bósnia e Herzegovina: 13 mulheres vítimas de exploração sexual foram identificadas, sendo nove da China e quatro do Brasil. Três traficantes foram presos. Itália: 75 vítimas foram localizadas em casas de massagem ligadas à exploração sexual. Drogas e armas também foram apreendidas. Um italiano foi preso por tráfico humano e outros cinco suspeitos, de diferentes nacionalidades, foram detidos por crimes relacionados. Vários imóveis usados para prostituição forçada foram interditados.
Malta: A polícia libertou três mulheres colombianas forçadas à prostituição após terem os passaportes retidos por um italiano. Elas haviam recebido falsas promessas de trabalho como faxineiras. Albânia: Três mulheres chinesas exploradas sexualmente foram resgatadas. Elas haviam sido recrutadas em Dubai e nos Emirados Árabes por uma organização chinesa e levadas à Albânia, onde foram obrigadas a prestar serviços sexuais em uma casa de massagens. Exploração familiar e redes online Grécia e Montenegro: Autoridades prenderam suspeitos que exploravam seus próprios filhos ou parentes para mendigar. Muitas das vítimas eram crianças ou adolescentes. Hungria: A polícia descobriu o caso de uma jovem de 15 anos forçada a se prostituir pelos próprios pais. O pai da menor foi preso após o relato da vítima.
Tailândia: Uma rede de exploração de menores operava por meio de uma plataforma de mídia social. Sete pessoas foram presas por tráfico de pessoas e outras cinco por crimes relacionados. Duas adolescentes, de 14 e 17 anos, foram resgatadas. Operação histórica, Interpol relembrou que, em 2024, realizou sua maior operação contra o tráfico de pessoas, com mais de 2.500 prisões em 116 países. A ação deste ano, embora mais focalizada, reforça o compromisso das agências internacionais com o enfrentamento ao tráfico humano e a proteção das vítimas.
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