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Estudo revela queda no risco de demência entre gerações
Uma boa notícia para a medicina: o risco de desenvolver demência na velhice vem diminuindo a cada nova geração. É o que aponta um estudo internacional liderado pela Universidade de Queensland, na Austrália, com dados de mais de 62 mil pessoas com mais de 70 anos, nascidas entre 1890 e 1948. Os resultados, publicados neste mês na revista JAMA Network, mostram que uma pessoa de 80 anos hoje tem menor chance de desenvolver demência do que alguém da mesma idade nascido décadas atrás. Segundo os pesquisadores, fatores como avanços na educação, melhora da saúde cardiovascular e maior acesso a cuidados médicos explicam essa tendência positiva.
Queda expressiva ao longo do tempo a análise dividiu os participantes em oito grupos de acordo com o ano de nascimento e seis faixas etárias. Assim, foi possível acompanhar como a prevalência da demência mudou entre gerações. Nos Estados Unidos, por exemplo, o dado mais marcante foi entre pessoas de 81 a 85 anos: enquanto 25,1% dos nascidos entre 1890 e 1913 tinham demência, esse número caiu para 15,5% entre os nascidos de 1939 a 1943. “Isso nos permitiu analisar como a prevalência da demência varia com a idade e entre gerações, levando em conta o momento em que as pesquisas foram feitas”, explicou Sabrina Lenzen, do Centro de Negócios e Economia da Saúde.
Educação e qualidade de vida fazem a diferença entre os principais fatores associados à queda nos casos estão o maior controle da pressão arterial e do colesterol, além do acesso a serviços de saúde. Outro ponto importante destacado pelos pesquisadores foi o avanço da educação, especialmente para as mulheres. “Houve muitas melhorias na educação feminina, especialmente se compararmos com gerações anteriores, como a dos baby boomers”, disse Sabrina. Novos desafios à frente, apesar do cenário otimista, os especialistas alertam para ameaças futuras. Fatores como obesidade, poluição do ar e outros riscos ambientais podem reverter essa tendência. “Sabemos que esses elementos também estão ligados ao risco de demência. Por isso, não podemos garantir que essa melhora continuará nas próximas gerações”, concluiu a pesquisadora.
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